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Da série: "oldies but goodies" - O juiz, eu e o poder da vulnerabilidade...

Texto original por Andressa Lutiano de 4/3/2015 (e mega atual...)

Segunda-feira desta semana foi dia das professoras da escola apresentarem seus projetos para as colegas. Nada formal. Uma conversa. Algumas perguntas num roteiro e muuuuitas conversas prévias sobre a necessidade de se permitir escutar o outro, de abrir um espaço interno onde caibam as expectativas, qualidades, dúvidas e defeitos do outro... Para que alguém escute é preciso que alguém fale... Muuuuuitas conversas prévias sobre a natureza da conversa. Não queríamos que elas tentassem nos impressionar ou impressionar as colegas com projetos lindos, contando sobre tudo que deu certo e o quanto foi bom. Queríamos que elas acessassem seu lugar mais vulnerável, aquele ponto que pega, aquele lugar onde há 95% de incertezas e que, por isso mesmo, é tão difícil falar sobre ele com alguém. Elas aceitaram o desafio e se superaram. Vi olhos brilharem. Vi perguntas verdadeiras surgirem. Vi paixões transformadas em projetos e testemunhei cooperação e interesse genuínos. Qual a mágica que acontece quando nos abrimos? O que é tão transformador do outro e do ambiente quando nos mostramos mais vulneráveis? Uma professora em especial me chamou a atenção. Ela estava nervosa (pra não dizer desesperada). Quase se escondeu embaixo da mesa pra não ser a primeira. Quando chegou sua (inevitável) vez, ela já começou se explicando: o meu não está assim tão organizado; não fiz assim com tantos detalhes e continuou se desculpando pelas suas "falhas" até que começou a falar do projeto em si... O que se passou depois disso foi incrível. A fala tinha tanta paixão, tantos desdobramentos. Vinha de pesquisa e de interesse e de emoção e de se importar e de querer e de criar e de... e de... e de... Foi lindo de ver. Ela se abriu. Mostrou toda sua vulnerabilidade. Foi acolhida. E saiu feliz... era muito evidente que estava feliz... Mas se somos tão bons e bonitos...porque somos tão cruéis? Não com os outros mas com a gente? Por que nosso juiz não pára de dizer que não podemos, que não devemos, que não somos bons "enough" ou inteligentes "enough". Sexta-feira apresento um trabalho sobre a Wish no evento Innovate 2015. Até hoje eu estava absolutamente excitada com a possibilidade, com a construção da apresentação, com as portas que estavam se abrindo para falar sobre o projeto que tanto me encanta. Hoje, quando coloquei a última foto no material, acordei a fera. Meu juiz que andava tão quietinho e bonzinho resolveu "conversar" comigo...mas será que vão gostar? O que vou falar é "innovative enough"? Não sou tão criativa, nem tão inteligente... Saindo da escola, a última pessoa que vi foi a professora de ontem. Juiz tão malvado, pessoa tão boa... Escrever está sendo minha maneira de responder ao meu juiz. Mostrar minha vulnerabilidade está sendo minha redenção... Mas de qualquer forma, se alguém quiser colaborar, aguardo palavras de incentivo...rsrs. Sobre certezas, incertezas, mudanças e vulnerabilidade assistam à maravilhosa Brene Brown numa das falas mais inspiradoras que já vi.

Andressa Lutiano

Especialista em Inovação e Educação Transformadora

Sócia-fundadora Wish School

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