Educar é ser sincero.

A infância pede verdade. Não precisa de disfarces, mas de adultos que acompanhem cada descoberta com escuta e cuidado e que estejam dispostos a dialogar.

No jardim, as crianças encontraram um passarinho morto. O silêncio inicial virou perguntas e, pouco depois, um pequeno rito de despedida. Criaram juntos um ritual simples, com a seriedade e a delicadeza que só a infância sabe dar. Esse gesto, além de marcar a perda, abriu espaço para falar sobre sentimentos e reconhecer que a morte também faz parte da vida.

Dias depois, outros sinais surgiram: casquinhas de ovinhos abertas, indícios de nascimento. Entre um adeus e um começo, as crianças viveram a experiência do ciclo da vida de forma concreta e simbólica, descobrindo que o tempo traz sempre mudanças. Com perguntas e com comemorações.

Ser criança é ter contato com o mundo real pela primeira vez. É olhar para a vida com olhos atentos e perceber que tudo tem seu ritmo: o nascer, o crescer, o partir, o renascer. Nesse percurso, cada descoberta vira aprendizado, cada rito ajuda a dar sentido, cada conversa abre espaço para acolher emoções.

Esses momentos mostram que educar é também caminhar lado a lado, ajudando a infância a elaborar sentimentos, a criar significados e a reconhecer a beleza que existe nos ciclos da vida. Com honestidade e entendendo que crianças têm, sim, capacidade de entender o mundo.