Professor, qual é sua pesquisa hoje? Qual a diferença das duas perguntas?
por Elana Gomes Pereira - parceiro Wish
Ao longo de mais de 25 anos como formadora de formadores, nos mais diversos contextos, vejo que o grande paradigma é provocar a reflexão de professores e educadores sobre a própria prática docente.
Ressignificar uma prática é um trabalho grande! Lógico que uma base teórica rica e instigante, referências e leituras que alimentem o estudo é fundamental. Mas será que é suficiente?
O desafio para quem propõe ações de formação é COMO realizar um convite que venha a possibilitar o deslocamento, o distanciamento necessário para que essa reflexão ocorra.
Como artista e arte educadora, o caminho que me é natural é pela expressão plástica, pela experiência que as linguagens artísticas promovem.
Uma vivência artística é muito mais que a produção de objetos ou imagens, é colocar em movimento o acerto e o erro, a incerteza, o prazer e a frustração, a subjetividade.
Conhecimentos muitas vezes empíricos como a quantidade de água, o gesto, a força, para produzir pinceladas, traços. É se lançar na pesquisa de corpo inteiro.
Pode parecer distante da prática docente, mas se é verdade que "experiência e aquilo que nos passa" (J. Larossa), essa vivência ultrapassa o fazer artístico e evidencia a necessidade da curiosidade, da atenção e sobretudo do exercício da autoria.
É destituir o professor do lugar daquele que dá respostas e sim tornar o processo, a construção vivenciada e autoria visíveis. É vivenciar a pesquisa.
Vivemos um momento que demanda delicadeza, sensibilidade, escuta e atenção junto às famílias e estudantes e... à própria equipe escolar.
Professores fica aqui minha pergunta:
E você professor, qual a sua pesquisa hoje?
Elana Gomes Pereira
É mãe, artista, Mestre em Formação de Formadores pela PUC -SP, Especialista em Fundamentos da Antroposofia pela Faculdade Rudolf Steiner – SP e Licenciada em Artes Plásticas pela FAAP – SP. Atualmente vive no seu paraíso particular, Lençóis Chapada Diamantina Bahia Brasil.